Provocar reflexão e ações de agentes da sociedade civil e de setores públicos a respeito de temas relevantes relacionados ao enfrentamento de desigualdades socioeconômicas, raciais e de gênero faz parte do DNA do Vozes Urbanas. Em 2019, o debate sobre desigualdades educacionais foi o foco do projeto, com seis encontros que abordaram aspectos variados do tema e possíveis estratégias para desenvolver políticas públicas voltadas a essa área. As vozes presentes durante os debates somaram 178 participantes ao longo do ano: desse total, 69,52% eram mulheres; 29,52%, homens; 0,95%, outros; 51% eram pessoas brancas; e 47%, pessoas negras (pretos e pardos).
A primeira edição, realizada em abril, abordou Educação para Igualdade: Panoramas e Desafios. Participaram do debate Bel Santos Mayer, coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac) e gestora da Rede LiteraSampa; Heloisa Buarque de Almeida, professora de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e uma das fundadoras da Rede Não Cala! USP (Rede de Professoras e Pesquisadoras pelo Fim da Violência Sexual e de Gênero na USP); e Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP).
Em maio, a segunda edição retratou o tema Escolas Democráticas: Cidadania, Representação e Participação em Sala de Aula e foi mediada por Denise Carreira, doutora em Educação pela Faculdade de Educação da USP e coordenadora institucional da ONG Ação Educativa. Participaram também Macaé Evaristo, mestre em Educação e ex-secretária de Educação de Minas Gerais; Marcelo Rocha, fotojornalista e ativista em educação e negritude; e Joana Buarque de Gusmão, mestre em Educação e líder de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
A edição do Vozes Urbanas com o tema Políticas Públicas: Possibilidades e Desafios para a Redução das Desigualdades Educacionais, que aconteceu em agosto, teve participação de Vanda Mendes Ribeiro, do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid); Edneia Gonçalves, coordenadora adjunta da ONG Ação Educativa; e Binho Marques, educador público que já foi secretário de Educação Municipal em Rio Branco), Estadual no Acre e Nacional. A mediação feita por Elisângela Fernandes, jornalista e analista de comunicação da Fundação Carlos Chagas.
Em setembro, a edição teve o tema Como as Universidades Lidam com a Diversidade? e foi mediada por Thiago de Souza Amparo, professor da FGV Direito SP e colunista da Folha de S.Paulo, com participação de Márcia Lima, professora da FFLCH e membro do Conselho Consultivo da Fundação Tide Setubal; Luiza Alves, pesquisadora das relações étnico-raciais na primeira infância; e Laura Cecilia López, professora dos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e Ciências Sociais da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, do Rio Grande do Sul.
Já a quinta edição, cujo debate foi sobre o Sistema Prisional e a Educação, realizada em outubro, teve como mediadora Stephanie Morin, gerente de gestão do conhecimento do Instituto Sou da Paz, em São Paulo. O encontro contou com a participação de Hugo Leonardo, presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), membro do Conselho de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) e produtor executivo do documentário Sem Pena; Cristiane Moscou, educadora e desenvolvedora de oficinas de literatura com jovens cumprindo medida socioeducativa e coautora do livro Na Linha Tênue: Experiências de Arte-Educação em Privação de Liberdade, da ONG Ação Educativa; e Sandra Cristina Marques, coautora do livro Poesia sem Medo e egressa do sistema prisional.
Por fim, a sexta edição de 2019, que aconteceu em novembro, retratou a Diversidade no Mercado de Trabalho e em Espaços de Poder. Mediado por Iara Rolnik, gerente de programas do Instituto Ibirapitanga, socióloga e mestre em Demografia, o debate contou com a participação do advogado Robson de Oliveira, membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP e do Fórum de Prevenção e Combate à Discriminação Racial no Trabalho, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP); Ana Mielke, jornalista, mestre em Ciências da Comunicação e especialista em História, Sociedade e Cultura e coordenadora executiva do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social; e Debora Gepp, socióloga, responsável pelo Programa de Diversidade e Inclusão da Braskem e cofundadora da Rede Brasileira de Mulheres LBTs.
Os encontros de 2019 do Vozes Urbanas foram retratados em reportagens veiculadas na segunda edição do Caderno Vozes, publicação que aprofunda os temas abordados no decorrer do projeto que foi lançada durante a sexta edição. O Caderno Vozes traz também artigos de Bel Santos Mayer, Binho Marques e Thiago de Souza Amparo.
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