O desenvolvimento da organização na atuação institucional

Com o perfil híbrido no campo do investimento social privado, a Fundação Tide Setubal aplica seus recursos na execução de ações próprias e também no fomento de organizações, redes, lideranças, prática local, comunicação de causas, investimento social privado e pesquisas que abordam o desenvolvimento das periferias urbanas. O orçamento de 2019 totalizou R$ 13.018.164. Desse montante, R$ 3.238.017,94, ou seja, 25%, foram aplicados em programas realizados diretamente pela instituição, e R$ 2.489.117,31, valor correspondente a 19% do orçamento, foram destinados às linhas de fomento.

O valor voltado à infraestrutura e às operações institucionais, em 2019, foi de R$ 2.413.319,63, correspondendo a 19% do total – uma dessas ações foi a reforma do Galpão ZL, reinaugurado em maio daquele ano. Já os 37% restantes, equivalentes a R$ 4.877.709,12, corresponde ao investimento em recursos humanos.

De acordo com o Censo Gife 2018, instituições e fundações familiares disponibilizaram 24% da verba executável para despesas administrativas e de infraestrutura; 53% foram destinados a programas e ações sociais próprios; enquanto outros 24%, remanejados para o fomento de programas, ações sociais ou gestão de terceiros.

Apoio a atores externos

Além de estar presente no território do Jardim Lapena, zona leste de São Paulo, a Fundação se aproxima de outras periferias por meio do fomento a diferentes iniciativas. Vale destacar que esse número representava 13% do orçamento em 2018 e chegou a 19% em 2019; portanto, houve aumento de 6% nessa forma de atuação. Além disso, houve a estruturação de sete linhas de fomento, com recursos distribuídos da seguinte maneira:

• Fortalecimento de organizações e redes (entidades voltadas à defesa da equidade racial, de gêneros e socioterritorial): R$ 800.967,31;
• Fortalecimento de lideranças da periferia (apoio a iniciativas geridas por atores inseridos em periferias urbanas): R$ 372.400;
• Fortalecimento e divulgação de soluções para periferias (financiamento de projetos de fortalecimento atuantes nas periferias urbanas): R$ 151.850;
• Desenvolvimento do Jardim Lapena (organizações no Jardim Lapena): R$ 30.000;
• Fomento à pesquisa (incentivo à produção acadêmica voltada ao benefício de periferias urbanas): R$ 473.900;
• Mobilização do Investimento Social Privado (parcerias e sensibilização de entidades do terceiro setor ao enfrentamento de desigualdades sociais): R$ 260.000;
• Comunicação de causas (apoio a projetos comunicacionais feitos por iniciativas de territórios periféricos e veículos voltados ao debate sobre desigualdade social): R$ 400.000.

Outra frente de fortalecimento de organizações adotada em 2019 foi o Matchfunding Enfrente, iniciativa desenvolvida em parceria com a plataforma digital de financiamento coletivo Benfeitoria, por meio da qual a Fundação doa R$ 2 a cada R$ 1 arrecadado via financiamento coletivo em uma ação coletiva de mobilização de recursos.

A ação, que havia sido idealizada em 2019 para apoiar 15 projetos, foi adaptada para potencializar iniciativas que visam combater os efeitos nocivos causados pela Covid-19 nas periferias urbanas, conta com fundo cujo valor alcançou R$ 5 milhões e tem como parceiros Itaú Social, Instituto Galo da Manhã, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Feac, Arymax, Instituto Humanize, Extra/Instituto GPA e Arapyaú. Desde o fim de março de 2020, a seleção tem sido feita semanalmente e o processo leva em consideração ações cujas campanhas de arrecadação se proponham a captar entre R$ 2 mil e R$ 20 mil.